sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Canal no Youtube

Olá, amigos. Venho trazer à vocês mais uma novidade. Os canais que criei no youtube onde irei postar conteúdo similar ao aqui do blog. Criei um canal em português e outro em inglês. O nome dos canais são respectivamente, Conversando com o cara e Talking to the guy. Abaixo coloco pra vocês os videos de apresentação do canal. Sempre que postar conteúdo novo, divulgarei por aqui.

Espero que gostem e se inscrevam.







Abraços.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Doença e cura

Os dias passavam ligeiros e tranquilos. Sentia que meu coração estava cicatrizando. A dor agora era suportável, apesar de a culpa resistir em me deixar. Naquela tarde de quarta-feira, tinha acabado de tomar um banho e contemplava meu semblante no espelho. Tinha recuperado parte dos quilos que havia perdido e meu aspecto estava um pouco mais apresentável. Entretanto, aquele cabelo comprido e a barba espessa ainda mantinham em mim um aspecto sujo, desleixado, com o qual eu não me incomodara até agora. Nesse dia, tive vontade de tirar aquele monte de pelo e parecer gente de novo, mas lembrei que não tinha trazido nada para me barbear.
_É... já tá mais que na hora de tirar essa barba, amigo._ Disse Sebastião ao me ver mirando o espelho e pegando na barba.
_Pois é, Tião, você não tem barba... e não vi nada aqui que possa me ajudar a resolver esse problema.
_Não se preocupe, Alan. A solução vai aparecer._ Nesse instante, alguém batendo palmas gritou lá de fora “Ô de casa!!” _Deve ser mais um paciente. Termine de se arrumar que eu vou ver quem é.
Me vesti e fui até a sala ajudar no que fosse preciso, como tinha feito todos os dias desde que chegara lá. Ao aparecer na sala, uma senhora idosa estava explicando o que ela sentia.
_Sinto uma dor muito forte aqui “nos quarto”, seu Tião, mais pro lado das costas. _Falava apontando para a região lombar.
_Deixe eu dar uma olhada, Dona Maria._ Sebastião encostou as mãos no local indicado, fechou os olhos por alguns segundos e respirou fundo. _Isso é rim.
_É grave, vou precisar ir pro hospital?
_Não será necessário. Alan, pega um copo com água pra mim naquele pote lá na cozinha, por favor. _Trouxe o copo conforme solicitado e entreguei em sua mão. Ele segurou-o com uma mão e estendeu a outra sobre a borda. Fechou os olhos e ficou por uns dois minutos como se estivesse fazendo alguma oração, assim me pareceu. _Tome, Dona Maria, beba essa água que as dores irão passar e vai ficar tudo bem._ Disse Sebastião entregando o copo.
_Deus lhe pague, meu filho. Deus lhe pague. _Após beber a água, Dona Maria se levantou satisfeita e foi embora. Não sem antes dar um abraço acalorado em Sebastião.
_Você tá usando placebo pra tentar curá-la? _Indaguei assim que ela fechou a porta.
_Não. Eu segurei a água e ela realizou a cura enquanto isso. O líquido foi um símbolo que usei para que ela acreditasse na cura. Caso contrário, assim que ela saísse por aquela porta a pedra no rim voltaria pro local onde estava.
_Pra mim isso é placebo.

_De certa forma, sim. Mas há uma verdade por trás do placebo que a medicina não compreende ou prefere ignorar. Esse fenômeno é um fato comprovado, não tem como se negar. O que ocorre, na verdade, é que nós somos os responsáveis pelo aparecimento das doenças em nosso corpo e, da mesma maneira, temos a capacidade de erradicá-la de nosso organismo. O efeito placebo está ai para provar isso. Tudo está na mente. O que fiz foi ativar esse mecanismo em Dona Maria usando a crença que ela tem de que eu posso curá-la. E como ela já foi “curada” outras vezes e tem um vasto exemplo de casos aqui na comunidade de pessoas que também foram “curadas”, ela acredita piamente que não seria diferente agora. Eu só dei um empurrãozinho. Aquele princípio de que nós criamos nossa realidade se manifesta nesse caso também. Em breve vou te explicar direitinho como isso funciona.

                                                           Trecho do meu livro  Transcendente -  O Despertar

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Diálogo sobre a realidade

_Todas suas perguntas serão respondidas a seu tempo, Alan._ Respondeu Sebastião como que lendo meus pensamentos.
_Me responda só uma pergunta: Como você sabe meu nome, andou me investigando? Já sei, você trabalha para meu irmão Lucas, não é? Foi ele quem te mandou atrás de mim. Agora lembro que você acenou pra mim antes de eu pular!
_Não, eu não sou enviado de Lucas e nem estava te investigando. Estava te esperando aqui mesmo, vê? Você está em minha casa, você veio até mim.
_Mas como?
_Tudo a seu tempo, Alan, tudo a seu tempo. Quanto a seu nome, nossa conexão vem desde outras vidas. E eu venho acompanhando você à distância desde seu nascimento. Por isso você tinha essas visões. Sua mente interpretava minha presença como a imagem do índio que fui quando éramos amigos. Você nasceu pronto, só precisa de uma orientação para se lembrar.
_Você é médium, vidente, telepata ou coisa do tipo?
_Coisa do tipo._ Um sorriso sarcástico escapou-lhe pelo canto da boca.
_Fiquei ainda mais confuso._ Nesse instante um pensamento passou pela minha cabeça. No momento do acidente, a visão do índio me fez desviar do caminho, tenho quase certeza. Sendo assim, teria sido ele, e não eu, o responsável pela morte de minha família? Uma fúria começou a crescer dentro de mim e cerrei os punhos.
_Calma, Alan, isso que você está pensando não é a verdade.
_Como você sabe o que eu tô pensando?
_Sei que você está ligando o acidente às visões e está projetando em mim a culpa que carrega.
_Acho que estou começando a descobrir a verdade, não é?
_Não, não está. Aquele acidente iria acontecer independente de visão. Eu estava acompanhando você naquele momento crucial de sua vida, por isso você “me viu”. Mas o acidente aconteceria de qualquer maneira.
_Mentira!_ Levantei da cama e parti para cima dele. No momento que armava o soco fui surpreendido com um leve toque na testa que me apagou instantaneamente. Acordei umas duas horas depois sem saber o que aconteceu.
_Tá mais calmo agora?_ Perguntou Sebastião na porta do quarto.
_Cara, o que foi que você fez comigo?
_Você precisa pensar mais sobre suas conclusões. Não vê a insanidade que é projetar a culpa de um ACIDENTE a qualquer pessoa? Será tão difícil assim admitir que não foi culpa de ninguém?! Em uma reflexão mais aprofundada da situação, não existe acidente, na verdade. No seu caso específico, houve um acordo entre vocês para que as coisas acontecessem da forma como aconteceram.
_Como você conseguiu me derrubar só tocando minha testa?!
_É impressionante como as pessoas focam em coisas tão banais e esquecem de ver o panorama completo... você ouviu o que eu acabei de te dizer?
_Não, não ouvi nada. Ainda tô tentando entender o que tá acontecendo. Você é algum tipo de feiticeiro?
_O pouco que você me viu fazer, qualquer um é capaz de fazer. Você está aqui para relembrar quem é. Como consequência disso, você também irá parecer um “feiticeiro” aos olhos das outras pessoas. Por hora, quero que você entenda que não houve culpados no que aconteceu com os seus. Aceite isso e sigamos em frente. Temos muito trabalho a fazer._ Terminando de falar isso, Sebastião saiu do quarto e foi até a cozinha pegar uma xícara de café. Ainda no quarto pude vê-lo servindo-se e me olhando convidativamente. Levantei e me juntei a ele na mesa quadrada de madeira, bem rústica. Ele me serviu uma xícara e ofereceu um bolo de tapioca. Na mesa também tinha umas frutas, algumas não pude identificar de imediato, mas eram grandes e vistosas.
_Isso aqui é sapoti_ me mostrou Sebastião segurando uma das frutas. _ Aquela outra ali é ata, também chamada de fruta do conde. São todas aqui do meu quintal. Eu mesmo plantei e cuido.
Dei uma espiada pela janelinha de madeira que tinha na cozinha e pude ver uma horta repleta de legumes, verduras e frutas. Todas muito grandes e bonitas.
_Nossa, você leva jeito pra coisa, hein!
_Não é questão de jeito, é questão de aceitar a realidade e viver de acordo com ela.
_Como assim realidade? O que a realidade tem a ver com planta?_A forma como a pergunta saiu me fez rir. Percebi que desde o acidente essa era a primeira vez que sorria.
_Aceitar que somos cocriadores da realidade. E como tal, moldo a minha realidade de acordo com essa verdade. E na minha realidade, a minha horta é fértil e me dá os frutos e o alimento que necessito.
_Impressionante! Isso que você me falou soou como algumas coisas que estudei na física quântica. Mas nunca imaginei que a coisa pudesse ser aplicada de maneira tão prática.
_A física terrestre está raspando a superfície desta verdade universal. Tenho a esperança de que, num futuro próximo, essa verdade seja lugar comum entre todos.
_Engraçado como você fala. Não parece ser como alguém daqui. Apesar de seu biotipo ser exatamente como o de qualquer ribeirinho que já cruzei. Onde você foi educado, como aprendeu essas coisas?
_Sou nascido e criado aqui mesmo no norte. Sou de outra cidadezinha aqui do Amazonas, vim pra cá porque era aqui que eu deveria estar agora. Como aprendi o que sei?! Apesar de ter estudado em Manaus, aprendi o que realmente importa diretamente da fonte de tudo o que é.
_Deus?! Corta essa!
_Deus é como as pessoas costumam chamá-lo. Todos nós somos Ele, em essência! Alguns dizem que temos a centelha divina. Acredito que isso esteja próximo da verdade. Mas o fato é que ele está em nós assim como estamos nele. Sendo assim, o conhecimento dele pode ser acessado por nós e nossas experiências são acessadas por ele, é uma via de mão dupla.
_Se é assim, por que eu não tenho acesso a este conhecimento?
_Ah, meu amigo, essa é a questão fundamental. A resposta a sua pergunta sintetiza a razão e o propósito de ambos estarmos aqui juntos. Você está aqui para lembrar como acessar esse conhecimento e, a partir daí, cumprir sua sina.
_Você sempre fala em lembrar... isso significa que, em algum momento da vida eu sabia fazer isso?
_Sim. Nesta vida não, mas em outra, bem lá atrás, quando eu e você explorávamos juntos este planeta e nos maravilhamos com suas belezas.
_Preciso tomar um ar, isso é demais pra minha cabeça._ Saí da cozinha ainda comendo uma ata. Não tinha apreciado o gosto do sapoti. Antes de experimentar a ata, já tinha comido a tapioca e uma manga. Fazia tempos que não comia tanto.

Trecho do meu livro  Transcendente -  O Despertar