sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Religar ou desligar? Eis o grande truque das religiões

Hoje vou tocar num assunto um tanto quanto espinhoso para a maioria das pessoas: Religião
Religião, do grego religios e do latim religare, significa um método, um conjunto de regras, ritos e práticas capazes de nos conectar com o nosso Criador, Deus, um ser que está tão separado de nós que necessitamos de toda uma ritualística capaz de fazer com que nos liguemos a ele (re ligare = religar = ligar novamente = voltar a se ligar). 

O Micélio 

Existe um tipo de fungo que geralmente surge na forma de pequenos grupos de cogumelos próximos às raízes das árvores e em locais mais protegidos do sol. O que não fica óbvio, a primeira vista, é que cada um desses pequenos e frágeis cogumelos, é parte de um mesmo organismo imenso que vive abaixo da superfície da terra, ao longo de áreas extensas maiores que um campo de futebol. Dizendo de outra forma: aquele cogumelo que à priori aparenta ser uma forma de vida individual,  na realidade é uma minúscula manifestação de um organismo imenso chamado micélioAgora transportemos esse conceito para nossas vidas. Apesar de nos percebermos como indivíduos, não existimos individualmente, cada uma de nós faz parte de um todo único, um grande micélio cósmico! Como falei nos meus primeiros posts, somos partículas do criador tendo uma experiência no universo físico que por sua vez é uma criação nossa. 


O grande erro religioso

A maioria das religiões pressupõem que você existe separado de Deus! Sendo assim, é necessário usar meios artificiais que não estão dentro de você, portanto não fazem parte de sua natureza, para voltar a se ligar àquela fonte da qual você nunca se desligou! A yoga, por exemplo, que significa união, nos fala justamente dessa conexão infinita que temos com o Ser Superior que nos gerou (união essa, indissolúvel, permanente, eterna)! Para um yogui é uma verdadeira blasfêmia se supor existindo separado de Deus! Você  teria que, no mínimo, ser tão grande quanto Deus para poder existir sem Ele! Ou seja, todos nós (eu disse  todos, inclusive você e eu) somos parte de um todo único, um micélio cósmico e quando qualquer um de nós faz algum mal a seu próximo está fazendo mal a si mesmo.

Sendo assim o que a religião faz, na verdade, é inverter a verdade! Uma vez que não há o que religar, o objetivo do rito religioso de qualquer natureza é alienar o indivíduo, fazê-lo pensar que está desamparado, que é fraco e impotente. Necessitando por isso de alguém que o guie, que o doutrine, que o salve. 
Ao admitir Deus fora de nós mesmos nos deixamos submeter ao controle de outrém que, na maioria das vezes é tão ignorante e cego como nós.

Quebre as correntes que o prendem a ignorância!!! Não coloque a responsabilidade sobre sua vida na mão de alguém que só busca poder e controle sobre você. A verdadeira salvação não depende de ninguém além de você mesmo. E a salvação é tomar consciência daquela verdade que foi tirada de você: 

Você e o Criador são um e todos nós somos um Nele. 

Um abraço.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Universo Particular


Um dos mistérios mais estudados das ciências humanas é a natureza e o comportamento do nosso universo. A Física, em especial, tem sido o ramo do conhecimento que mais a fundo têm investigado esse assunto dividindo-se em dois grandes ramos com visões bem divergentes a respeito de nosso universo: A física cartesiana e a quântica.

Um relógio determinístico
Segundo a física cartesiana o universo funciona como uma máquina perfeita, um relógio cósmico com todas as suas engrenagens funcionando harmônica e automaticamente, sem intervenção de nenhuma força externa. Durante muitos anos essa visão do cosmos foi aceita amplamente no meio acadêmico, pois se encaixava perfeitamente nos parêmentros observados na mecânica clássica de Newton e sua lei da gravitação universal. Ou seja, vendo o macro-cosmos rodopiar a nossa volta, imaginar aquilo tudo como um grande relógio não era muito difícil. 

A incerteza como princípio
A coisa começou a complicar quando se passou a estudar o universo a nível subatômico. No micro-cosmos, as leis da física clássica simplesmente não existem!! Bem diferente da máquina perfeita observada a nivel macro. Nos estudos do elétron, Heisenberg foi quem postulou o princípio da incerteza, baseado na impossibilidade de se determinar a posição e o momento de um elétron ao mesmo tempo. Isso acontece porque dependendo da medição que é feita, o elétron se comporta de uma maneira diferente. Ao tentar determinar a posição, o elétron se comporta como partícula, ao tentar medir o momento, o elétron se comporta como onda, daí a impossibilidade de se obter ambas as medidas simultâneamente. Essa descoberta trouxe algumas implicações tão sérias que dividiu a física ao meio. Criando toda uma nova visão sobre a realidade! Nascendo, assim, a Fisica Quântica.


O Gato zumbi
Como vimos, a física quântica se baseia na incerteza, postulando que o observador tem papel determinante na manifestação do universo, pois é a partir da observação que os eventos acontecem.
Para ilustrar esse conceito, foi desenvolvido o experimento do 
Gato de Schrödinger, a saberUm gato, junto com um frasco contendo veneno, é posto em uma caixa lacrada protegida contra incoerência quântica induzida pelo ambiente. Se um contador Geiger detectar radiação então o frasco é quebrado, liberando o veneno que mata o gato. A mecânica quântica sugere que depois de um tempo o gato está simultaneamente vivo e morto. Mas, quando olha-se dentro da caixa, apenas se vê o gato ou vivo ou morto, não uma mistura de vivo e morto. Ou seja, só se determinará se o gato está morto ou não depois que o observador abrir a caixa, antes disso, ambas as possibilidades existem a nível quântico. É o verdadeiro gato zumbi.

Ciência e Espiritualidade fazendo as pazes
Um dos grandes cientistas da atualidade no ramo da física quântica é o físico Amit Goswami. Ele veio ao Brasil a uns anos atrás e deu uma entrevista no Roda Viva. Vale a pena assistir essa entrevista. Abaixo um trecho bem interessante que tem a ver com o que estamos discutindo aqui:
Rose Marie Muraro(Entrevistadora): O que mais me espanta na Física é o problema da medição quântica de Heisemberg, que você, realmente, acha  que deve ter um observador olhando e que modifica a realidade, por exemplo, transforma a onda em partícula. Eu gostaria de saber... isso aí houve uma grande briga de Einstein com Niels Bohr. Eu gostaria de saber, em escala cósmica, onde não há observadores, se há um observador supremo, na sua opinião, e se ele cria matéria ou como se faz esse fenômeno?
Amit Goswami: Essa é a questão fundamental, Rose Marie, porque.. qual é o papel do observador? É a pergunta que abre a integração entre Física e espiritualidade. Na Física Quântica, por sete décadas, tentou-se negar o observador. De alguma forma, achava-se que a Física deveria ser objetiva. Se dessem um papel ao observador, a Física não seria mais objetiva. A famosa disputa entre Böhr e Einstein, a que se refere essa disputa, basicamente, sempre terminava com Bohr ganhando a discussão, mostrando que não há fenômeno no mundo a menos que ele seja registrado. Bohr não usou a consciência.. mas atualmente, vem crescendo o consenso, muito lentamente, de que a Física Quântica não está completa, a menos que concordemos que nenhum fenômeno é um fenômeno, a menos que seja registrado por um observador, na consciência de um observador. E isso se tornou a base da nova ciência. É a ciência que, aos poucos, mas com certeza, vem integrando os conceitos científicos e espirituais.

Outro expoente no assunto é o pesquisador Nassim Harameinfísico suíço que dedicou toda sua vida estudando a física quântica e o universo. Nassim foi um pouco além dos físicos tradicionais. Além até mesmo da fisica quântica e propôs uma nova perspectiva, bem mais próxima dos conceitos esotéricos que dos conceitos científicos, sem contudo, fugir do embasamento acadêmico para postular suas teorias. De acordo com Nassim Haramein o observador não só determina como o universo se manifesta, como é ele o agende dessa manifestação. Nosso universo seria um imenso fractal onde cada parte reflete o todo, como um holograma. 
De fato, Haramein provou matemáticamente que cada partícula contém a massa de todo o universo e que cada uma delas está conectada com todas as outras. 
Um exemplo claro de como ele ilustra a natureza fractal do universo e a influencia do observador sobre ele é a constante busca pela partícula fundamental. Ontem a partícula fundamental da matéria era o átomo. Depois, entramos no reino das partículas sub-atômicas como prótons e neutros. Hoje, é o tal Bóson de Higgs. Amanhã, só Deus sabe! Segundo o físico, o universo é infinito tanto no macro-cosmo quanto no micro. Basta que o observador "procure" que ele irá encontrar partículas cada vez menores, uma vez que o próprio ato de contemplar, cria a realidade. Da mesma forma, nunca seriam encotradas as "fronteiras do universo", uma vez que quanto mais longe se olha, mais realidade é criada, análogamente. 

Meu universo é você
Saindo um pouco das teorias da física, contudo nos aprofundando ainda mais na "abstração" do que seria o universo, uma corrente filosófica havaiana conhecida como Ho´oponopono possui uma visão bem mais radical sobre o que seria o mundo fisico. De acordo com o Ho´oponopono o universo está dentro de cada um de nós! A corrente filosófica resume sua teoria em seis postulados: 

1. O universo físico é uma realização dos seus pensamentos.
2. Se seus pensamentos são cancerosos, eles criam uma realidade física cancerosa.
3. Se seus pensamentos são perfeitos, eles criam uma realidade física transbordando AMOR.
4. Você é 100% responsável por criar seu universo físico como ele é.
5. Você é 100% responsável por corrigir os pensamentos cancerosos que criam uma realidade doente.
6. Não existe lá fora. Tudo existe como pensamentos em sua mente.

Dr. Joe Vitale, um dos divulgadores dessa visão, conta a história do terapeuta havaiano Ihaleakala Hew Len que curou um pavilhão inteiro de pacientes criminais insanos sem sequer ver nenhum deles. O psicólogo estudava a ficha do preso e, em seguida, olhava para dentro de si mesmo a fim de ver como ele havia criado a enfermidade dessa pessoa. À medida que ele melhorava, o paciente também melhorava. Ao ser perguntado pelo Dr Vitale o que fez a si mesmo para ocasionar tal mudança nessas pessoas, Ihaleakala disse “Eu simplesmente estava curando aquela parte em mim que os havia criado”. Ou seja, o que nós experimentamos no universo de bom ou ruim, experimentamos porque foi exatamente isso que criamos e para mudar o universo a nossa volta, incluindo nisso, as pessoas, temos que mudá-los dentro de nós! Muito radical para você? A ciência caminha nessa direção.  



Garoto: Não tente entortar a colher.
              É impossível.
              Ao invés disso, só tente perceber a verdade.
Neo: Que verdade?
Garoto: Não existe colher
Neo: Não existe colher?!?
Garoto: Então você verá que não é a colher que entorna, é só você mesmo.
             
Um grande abraço

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Por que estamos nesse mundo, afinal?

Sejam todos bem-vindos! Assim como muitos quero usar este espaço para externar meu aprendizado, dúvidas, e minha busca de sentido para esta vida física tão breve e louca. Neste primeiro post quero refletir com vocês sobre um tema que considero central e que, com certeza, faz parte da inquietação de todos os quais, pelo menos por alguns segundos na vida, param para pensar e refletir: De onde viemos? Para onde vamos? Quem somos nós? 


Pode parecer muita pretensão minha tocar nesse tema, mas, de fato, é isso que todos nós queremos descobrir. Não é à toa a profusão de sistemas filosófico-religiosos que tentam, de alguma forma, responder estas questões. Não quero aqui ser mais um a dar uma resposta definitiva ao grande mistério da vida e da morte, longe de mim. O que pretendo, como dito no início, é refletir junto com você sobre esse assunto e, na minha humilde insignificância, expor o que tenho pensado a respeito disso durante minha busca.

Você já parou pra pensar por que você nasceu na família a qual pertence? Por que nesse país, com este corpo físico? Você já parou pra pensar por que nasceu neste planeta? Já parou pra pensar por que nasceu??? Eu já. E pude constatar por mim mesmo que a reposta a essa pergunta não é fácil de ser encontrada, eu mesmo ainda estou procurando. Essa é uma questão tão nebulosa, que mesmo as religiões se esquivam de respondê-la. 
A corrente judaico-cristã, predominante no ocidente, sequer arranha a superfície do assunto. Para estes, nós nascemos para servir a Deus e nossa vida deve ter por objetivo glorificar ao Senhor e fazer a Sua vontade, caso contrário, o inferno nos aguarda de braços abertos para ser nossa morada eternamente. Confesso que por algum tempo me satisfiz com essa resposta e passei bom pedaço da vida tentando fazer a vontade de Deus. O problema é que descobrir qual é a vontade Dele é meio complicado. No final o que percebi é que nesse universo judaico-cristão, nós acabamos fazendo é a vontade do padre, pastor, rabino... estes são os fiéis depositários da verdade e do rebanho divino. Não sei se você se encontra nessa situação, mas para mim essa resposta é por demais simplista, abstrata e depreciativa. Não me convenceu.

As filosofias orientais e espiritualista se aprofundam um pouco mais no assunto e acrescentam nesse mistério da vida o conceito de reencarnação (nós nascemos, morremos e depois tornamos a nascer) e, balizadas nesse conceito explicam que nascemos neste planeta para aprender e evoluir. Assim, para alcançarmos este objetivo são necessárias várias vidas, onde em cada uma nos concentramos em alguns aspectos específicos dos atributos espirituais e procuramos amadurecê-los, aperfeiçoá-los. É aí que entra a tal lei do karma explicando que quando desperdiçamos uma vida cometendo erros, fazendo o mal ao nosso semelhante e não evoluindo naquilo para o qual nascemos (nossa missão de vida) então nós contraímos karma negativo e se faz necessário reencarnar para corrigir os erros, reparar o mal que fizemos para então continuarmos na jornada evolutiva. Daí o motivo de nascermos onde nascemos. Estamos em tal família por que temos contas a acertar com nossos parentes, de outras vidas, temos o corpo físico que merecemos e que foi moldado de acordo com as consequencias de nossos atos em vidas passadas, por isso alguns são agraciados com belos corpos e outros com corpos defeituosos. 

Apesar de mais sofisticada que a teoria judaico-cristã, também surgiram em minha mente alguns questionamentos relacionados a visão espiritualista do por que nós nascemos em determinadas condições/situações. Acreditar que estamos aqui para aprender e evoluir é mais aceitável do que acreditar que estamos aqui para servir, já é um avanço significativo. Mas evoluir em que sentido? Intectualmente, emocionalmente, espiritualmente? E quem é que julga se eu fui um "bom menino" e cumprí minha missão ou se fracassei? Quem debita/credita na minha conta de karma? Deus?!?! Não sei você, mas acho um pouco paradoxal um universo onde os seres são dotados de livre-arbitrio mas se você sair da linha, Deus vai castigar. Será que o próprio livre-arbitrio é uma mentira? Outra coisa: Como vou corrigir erros de vidas passadas se eu não me lembro desses erros? É inconcebível!!!!

Hoje acredito que inicialmente escolhemos nascer neste planeta para experimentarmos a fisicalidade, pura e simplesmente. Acredito que somos partículas do Criador, centelhas divinas experimentando a propria criação e có-criando a cada momento. Somos partes do criador relacionando-se consigo mesmo. O problema foi que alguém preparou uma arapuca neste planeta e nós caimos direitinho. Estamos presos a um sistema de crenças que se perpetua não só no mundo físico mas no astral também. Nascemos, morremos e renascemos acreditando em uma mentira bem elaborada que tem por único objetivo nos manter aqui neste planeta fazendo o que nos é ordenado fazer, a tal vontade de "Deus". Quem armou e os motivos, são uma conversa para um outro post. 

Nós perdemos a conexão com nossa origem, perdemos a consciência de nossa natureza e potencial. A armadilha foi tão bem montada que uma vez que uma consciência caia na fisicalidade desse planeta e perde sua memória, começa tudo do zero novamente! É um ciclo sem fim, sem progresso, sem evolução e sem objetivo. E assim vamos de vida em vida sendo usados como recurso sem chance de fugir. Como alguém pode fugir de uma prisão sem saber que está preso?? Essa condição é a grande responsável por eu e você estarmos hoje aqui buscando a verdade. Verdade que nos foi tirada em algum momento no passado distante e que hoje estamos aqui tentando recuperar.

Assim termino meu primeiro post. Deixo claro que o que foi postado aqui é minha opinião a respeito disso. Não peço que acredite em mim. Avalie por você mesmo. Afinal, a verdade não está fora, está em nós mesmos.

Um abraço.