sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Canal no Youtube

Olá, amigos. Venho trazer à vocês mais uma novidade. Os canais que criei no youtube onde irei postar conteúdo similar ao aqui do blog. Criei um canal em português e outro em inglês. O nome dos canais são respectivamente, Conversando com o cara e Talking to the guy. Abaixo coloco pra vocês os videos de apresentação do canal. Sempre que postar conteúdo novo, divulgarei por aqui.

Espero que gostem e se inscrevam.







Abraços.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Doença e cura

Os dias passavam ligeiros e tranquilos. Sentia que meu coração estava cicatrizando. A dor agora era suportável, apesar de a culpa resistir em me deixar. Naquela tarde de quarta-feira, tinha acabado de tomar um banho e contemplava meu semblante no espelho. Tinha recuperado parte dos quilos que havia perdido e meu aspecto estava um pouco mais apresentável. Entretanto, aquele cabelo comprido e a barba espessa ainda mantinham em mim um aspecto sujo, desleixado, com o qual eu não me incomodara até agora. Nesse dia, tive vontade de tirar aquele monte de pelo e parecer gente de novo, mas lembrei que não tinha trazido nada para me barbear.
_É... já tá mais que na hora de tirar essa barba, amigo._ Disse Sebastião ao me ver mirando o espelho e pegando na barba.
_Pois é, Tião, você não tem barba... e não vi nada aqui que possa me ajudar a resolver esse problema.
_Não se preocupe, Alan. A solução vai aparecer._ Nesse instante, alguém batendo palmas gritou lá de fora “Ô de casa!!” _Deve ser mais um paciente. Termine de se arrumar que eu vou ver quem é.
Me vesti e fui até a sala ajudar no que fosse preciso, como tinha feito todos os dias desde que chegara lá. Ao aparecer na sala, uma senhora idosa estava explicando o que ela sentia.
_Sinto uma dor muito forte aqui “nos quarto”, seu Tião, mais pro lado das costas. _Falava apontando para a região lombar.
_Deixe eu dar uma olhada, Dona Maria._ Sebastião encostou as mãos no local indicado, fechou os olhos por alguns segundos e respirou fundo. _Isso é rim.
_É grave, vou precisar ir pro hospital?
_Não será necessário. Alan, pega um copo com água pra mim naquele pote lá na cozinha, por favor. _Trouxe o copo conforme solicitado e entreguei em sua mão. Ele segurou-o com uma mão e estendeu a outra sobre a borda. Fechou os olhos e ficou por uns dois minutos como se estivesse fazendo alguma oração, assim me pareceu. _Tome, Dona Maria, beba essa água que as dores irão passar e vai ficar tudo bem._ Disse Sebastião entregando o copo.
_Deus lhe pague, meu filho. Deus lhe pague. _Após beber a água, Dona Maria se levantou satisfeita e foi embora. Não sem antes dar um abraço acalorado em Sebastião.
_Você tá usando placebo pra tentar curá-la? _Indaguei assim que ela fechou a porta.
_Não. Eu segurei a água e ela realizou a cura enquanto isso. O líquido foi um símbolo que usei para que ela acreditasse na cura. Caso contrário, assim que ela saísse por aquela porta a pedra no rim voltaria pro local onde estava.
_Pra mim isso é placebo.

_De certa forma, sim. Mas há uma verdade por trás do placebo que a medicina não compreende ou prefere ignorar. Esse fenômeno é um fato comprovado, não tem como se negar. O que ocorre, na verdade, é que nós somos os responsáveis pelo aparecimento das doenças em nosso corpo e, da mesma maneira, temos a capacidade de erradicá-la de nosso organismo. O efeito placebo está ai para provar isso. Tudo está na mente. O que fiz foi ativar esse mecanismo em Dona Maria usando a crença que ela tem de que eu posso curá-la. E como ela já foi “curada” outras vezes e tem um vasto exemplo de casos aqui na comunidade de pessoas que também foram “curadas”, ela acredita piamente que não seria diferente agora. Eu só dei um empurrãozinho. Aquele princípio de que nós criamos nossa realidade se manifesta nesse caso também. Em breve vou te explicar direitinho como isso funciona.

                                                           Trecho do meu livro  Transcendente -  O Despertar

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Diálogo sobre a realidade

_Todas suas perguntas serão respondidas a seu tempo, Alan._ Respondeu Sebastião como que lendo meus pensamentos.
_Me responda só uma pergunta: Como você sabe meu nome, andou me investigando? Já sei, você trabalha para meu irmão Lucas, não é? Foi ele quem te mandou atrás de mim. Agora lembro que você acenou pra mim antes de eu pular!
_Não, eu não sou enviado de Lucas e nem estava te investigando. Estava te esperando aqui mesmo, vê? Você está em minha casa, você veio até mim.
_Mas como?
_Tudo a seu tempo, Alan, tudo a seu tempo. Quanto a seu nome, nossa conexão vem desde outras vidas. E eu venho acompanhando você à distância desde seu nascimento. Por isso você tinha essas visões. Sua mente interpretava minha presença como a imagem do índio que fui quando éramos amigos. Você nasceu pronto, só precisa de uma orientação para se lembrar.
_Você é médium, vidente, telepata ou coisa do tipo?
_Coisa do tipo._ Um sorriso sarcástico escapou-lhe pelo canto da boca.
_Fiquei ainda mais confuso._ Nesse instante um pensamento passou pela minha cabeça. No momento do acidente, a visão do índio me fez desviar do caminho, tenho quase certeza. Sendo assim, teria sido ele, e não eu, o responsável pela morte de minha família? Uma fúria começou a crescer dentro de mim e cerrei os punhos.
_Calma, Alan, isso que você está pensando não é a verdade.
_Como você sabe o que eu tô pensando?
_Sei que você está ligando o acidente às visões e está projetando em mim a culpa que carrega.
_Acho que estou começando a descobrir a verdade, não é?
_Não, não está. Aquele acidente iria acontecer independente de visão. Eu estava acompanhando você naquele momento crucial de sua vida, por isso você “me viu”. Mas o acidente aconteceria de qualquer maneira.
_Mentira!_ Levantei da cama e parti para cima dele. No momento que armava o soco fui surpreendido com um leve toque na testa que me apagou instantaneamente. Acordei umas duas horas depois sem saber o que aconteceu.
_Tá mais calmo agora?_ Perguntou Sebastião na porta do quarto.
_Cara, o que foi que você fez comigo?
_Você precisa pensar mais sobre suas conclusões. Não vê a insanidade que é projetar a culpa de um ACIDENTE a qualquer pessoa? Será tão difícil assim admitir que não foi culpa de ninguém?! Em uma reflexão mais aprofundada da situação, não existe acidente, na verdade. No seu caso específico, houve um acordo entre vocês para que as coisas acontecessem da forma como aconteceram.
_Como você conseguiu me derrubar só tocando minha testa?!
_É impressionante como as pessoas focam em coisas tão banais e esquecem de ver o panorama completo... você ouviu o que eu acabei de te dizer?
_Não, não ouvi nada. Ainda tô tentando entender o que tá acontecendo. Você é algum tipo de feiticeiro?
_O pouco que você me viu fazer, qualquer um é capaz de fazer. Você está aqui para relembrar quem é. Como consequência disso, você também irá parecer um “feiticeiro” aos olhos das outras pessoas. Por hora, quero que você entenda que não houve culpados no que aconteceu com os seus. Aceite isso e sigamos em frente. Temos muito trabalho a fazer._ Terminando de falar isso, Sebastião saiu do quarto e foi até a cozinha pegar uma xícara de café. Ainda no quarto pude vê-lo servindo-se e me olhando convidativamente. Levantei e me juntei a ele na mesa quadrada de madeira, bem rústica. Ele me serviu uma xícara e ofereceu um bolo de tapioca. Na mesa também tinha umas frutas, algumas não pude identificar de imediato, mas eram grandes e vistosas.
_Isso aqui é sapoti_ me mostrou Sebastião segurando uma das frutas. _ Aquela outra ali é ata, também chamada de fruta do conde. São todas aqui do meu quintal. Eu mesmo plantei e cuido.
Dei uma espiada pela janelinha de madeira que tinha na cozinha e pude ver uma horta repleta de legumes, verduras e frutas. Todas muito grandes e bonitas.
_Nossa, você leva jeito pra coisa, hein!
_Não é questão de jeito, é questão de aceitar a realidade e viver de acordo com ela.
_Como assim realidade? O que a realidade tem a ver com planta?_A forma como a pergunta saiu me fez rir. Percebi que desde o acidente essa era a primeira vez que sorria.
_Aceitar que somos cocriadores da realidade. E como tal, moldo a minha realidade de acordo com essa verdade. E na minha realidade, a minha horta é fértil e me dá os frutos e o alimento que necessito.
_Impressionante! Isso que você me falou soou como algumas coisas que estudei na física quântica. Mas nunca imaginei que a coisa pudesse ser aplicada de maneira tão prática.
_A física terrestre está raspando a superfície desta verdade universal. Tenho a esperança de que, num futuro próximo, essa verdade seja lugar comum entre todos.
_Engraçado como você fala. Não parece ser como alguém daqui. Apesar de seu biotipo ser exatamente como o de qualquer ribeirinho que já cruzei. Onde você foi educado, como aprendeu essas coisas?
_Sou nascido e criado aqui mesmo no norte. Sou de outra cidadezinha aqui do Amazonas, vim pra cá porque era aqui que eu deveria estar agora. Como aprendi o que sei?! Apesar de ter estudado em Manaus, aprendi o que realmente importa diretamente da fonte de tudo o que é.
_Deus?! Corta essa!
_Deus é como as pessoas costumam chamá-lo. Todos nós somos Ele, em essência! Alguns dizem que temos a centelha divina. Acredito que isso esteja próximo da verdade. Mas o fato é que ele está em nós assim como estamos nele. Sendo assim, o conhecimento dele pode ser acessado por nós e nossas experiências são acessadas por ele, é uma via de mão dupla.
_Se é assim, por que eu não tenho acesso a este conhecimento?
_Ah, meu amigo, essa é a questão fundamental. A resposta a sua pergunta sintetiza a razão e o propósito de ambos estarmos aqui juntos. Você está aqui para lembrar como acessar esse conhecimento e, a partir daí, cumprir sua sina.
_Você sempre fala em lembrar... isso significa que, em algum momento da vida eu sabia fazer isso?
_Sim. Nesta vida não, mas em outra, bem lá atrás, quando eu e você explorávamos juntos este planeta e nos maravilhamos com suas belezas.
_Preciso tomar um ar, isso é demais pra minha cabeça._ Saí da cozinha ainda comendo uma ata. Não tinha apreciado o gosto do sapoti. Antes de experimentar a ata, já tinha comido a tapioca e uma manga. Fazia tempos que não comia tanto.

Trecho do meu livro  Transcendente -  O Despertar

domingo, 3 de agosto de 2014

Viver é amar, amar é viver.

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã", já dizia o saudoso poeta Renato Russo. Hoje quero aprofundar minha reflexão sobre o assunto que comecei nesse post (sugiro que o leia antes de continuar, caso ainda não o tenha feito) e falar um pouco daquilo que é a essência de tudo o que é, o amor.

Quebrando mitos e tabus


A questão de entender o que seja o amor acredito ser o maior desafio para nós. No post indicado no início, falei sobre a confusão em torno da dupla apego/amor. Se você entendeu a diferença entre eles, já é um bom começo. Mas entender é só o primeiro passo. Falo isso com conhecimento de causa, pois à época que escrevi o primeiro post, eu entendia, mas não praticava. Ou seja, sabia diferenciar o amor do apego, mas não era capaz de viver o amor em sua plenitude esmagando o apego e, consequentemente, domando o ego.
Viver o amor incondicional é uma tarefa que requer que se saia da zona de conforto e tome algumas atitudes que exigem um confronto direto com o status quo, com as crenças ensinadas a nós desde a infância, com o moralismo judaico-cristão imperante e, principalmente, uma luta contra o ego.

Vou exemplificar dois dos principais tabus que nos são impostos pela sociedade:


  • "Até que a morte os separe": Esta frase repetida em todos os casamentos ocidentais trás consigo um peso tremendo! Significa que o casamento é para a vida toda e que somente a morte pode separar os casados. Hoje, já não nos apegamos tanto assim a este tabu, vide o numero de divórcios. Mas existe uma crença mais profunda nesta frase, que veremos no próximo ítem;
  • "Temos que encontrar nossa alma gêmea, a outra metade da laranja": Ora, essa crença implica que não é possível amar, românticamente falando, mais de uma pessoa! É uma crença "irmã" da anterior. Como esta crença é falsa, na prática, vemos pessoas que traem seus parceiros e que vivem conflitos internos terríveis por achar que estão agindo de maneira errada quando sentem atração ou mesmo amor por mais de uma pessoa. Em contrapartida, essas mesmas pessoas não tolerariam que seus parceiros amassem outros por medo de serem trocados visto que acreditam no amor exclusivo e não conseguem conceber que seja possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Esses tabus nos forçam a nos relacionar amorosamente de forma monogâmica e geram relacionamentos baseados em apego e não em amor. Visto que o amor incondicional não impõe a exclusividade, muito pelo contrário. A natureza do amor é o expandir, o compartilhar, o doar. 

A consequência dessas crenças limitantes é que as pessoas se agridem ao negar sua própria natureza, que é amar, e vivem uma vida de aparências e hipocrisia fazendo às escondidas aquilo que deveria ser feito às claras. Quebrar esses tabus e viver uma vida plena de amor é um desafio que poucos tem coragem de enfrentar.


As consequências lógicas do amor sem restrições


Na teoria tudo é muito lindo, faz todo sentido, não é verdade? Porém, a prática pode ser mais complicada e dolorosa do que você pensa! Afinal, amar incondicionalmente, não somente os "parentes", o que já é complicadíssimo, mas também os "amantes", nos coloca em uma posição extremamente vulnerável no que diz respeito aos padrões sociais e também em relação ao nosso ego. Amar sem cobrar nada em troca significa estar preparado para que seu objeto de amor possa se relacionar com quantas pessoas quiser e desejar, amar quantas pessoas quiser e, ainda assim, você continuar a amá-lo.


Cavando um pouquinho mais o assunto


Aprofundando mais no nosso entendimento do que seja amar e amor, vejo o quanto a ilusão do mundo físico tem deturpado nosso conceito sobre o assunto. Senão vejamos: Esse mundo é transitório, finito, mutável. Entretanto, o amor é eterno, infinito! Como então conciliar esses dois opostos? 

Explicando na prática, levando em consideração o eterno, alguém que hoje está neste mundo transitório como seu amante, numa próxima vida poderá vir como seu irmão, pai ou mãe! Da mesma forma o inverso pode acontecer, um parente de uma vida, pode vir como o amante de uma outra e todas essas relações são formas de amor. 

No astral, toda essa ilusão de amor romântico e alma gêmea cai por terra, pois aquela que hoje você acredita ser sua alma gêmea, ao chegar "do lado de lá", você poderá descobrir que, em uma outra vida, ela não era seu "amor", era sua mãe ou, até mesmo, seu pior inimigo! Assim constato o quanto somos infantis neste mundo ao desgastarmos nossas relações de amor, tando o "fraterno" quanto o "romântico" com ciúmes e sentimentos de posse. Se o amor for verdadeiro ele se perpetua na eternidade! E lá ele se expressa em sua plenitude, sem os desejos terrenos, sem os interesses pessoais, sem o apego. E do lado de lá também se compreende a pluralidade e infinita capacidade que temos de amar e amar a muitos! Pois somos uma partícula do Criador e o criador é puro amor e ama a todos.

Tudo o que escrevi aqui não é nenhuma novidade. Muita gente já caiu a ficha sobre isso antes e nos deixou pistas para pensarmos. Abaixo deixo duas músicas de homens a frente de seu tempo que compreendiam isso e nos deixaram registrados em música o que pensavam:

Raul Seixas, na música A maçã 



E Caetano Veloso, Nosso estranho amor


Um abraço.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quero sua sugestão

Amigos, geralmente escrevo no blog coisas que acho q precisam ser ditas. Não sou daqueles que escrevem por escrever ou por querer ter "audiência". Por isso não escrevo com muita freqüência. Então, caso tenham algo que eu não tenha escrito e que vocês queiram saber minha humilde opinião a respeito, abro o espaço para que vocês sugiram ou perguntem o que achem que talvez eu possa ajudar. 

Um grande abraço a todos.

sábado, 21 de dezembro de 2013

A sabotagem esquerdista


Não, isso não é um post sobre política. O assunto a ser tratado hoje é nosso desperdício do potencial humano por conta da ditadura do hemisfério cerebral esquerdo. Nosso cérebro é constituído de dois hemisférios com funções bem distintas e peculiares, entretanto, o sistema social nos satura de estímulos direcionados ao hemisfério esquerdo. Por que será?


Desde a infância, nosso hemisfério esquerdo é super-estimulado enquanto o direito é ignorado e suprimido. O sistema educacional promove esse desequilíbrio e a sociedade o exalta. O aluno bom em matemática, física e lógica é o CDF, o Nerd, o "inteligente". Agora aquele que não é tão bom ou não demonstra tanto interesse nas "ciências exatas" mas tem uma incrível aptidão para as artes, como música, pintura, escrita, etc... este é massacrado pelo sistema educacional, pelos pais e pelo "mercado". Porque estas aptidões não são úteis, não são competitivas, não valem muito no "mercado de trabalho".

Não me admira o potencial artístico e criativo da humanidade estar tão decadente hoje em dia. Com a "ditadura esquerdista" dificilmente aparecerá outro Mozart ou Picasso pra nos agraciar com arte de qualidade. E as artes são nosso menor, embora mais evidente, problema. Uma vez que o hemisfério direito é responsável pela criatividade, pela sensibilidade, pelo experimental. A ciência, baluarte do hemisfério esquerdo, também perde força por conta da supressão do lado direito do cérebro. Ficamos limitados nos avanços científico-tecnológico por conta da nossa falta de criatividade, sensibilidade e poder de abstração. Em resumo, estamos ficando mais burros.

Entretanto, as consequências mais sérias que são a motivação principal para este texto, estão relacionadas as questões mais profundas desta supressão e o motivo de o sistema continuar a fazê-la. O fato de estarmos mais estúpidos é um efeito colateral aceitável se comparado ao "estrago" que pessoas mais conscientes, intuitivas, sensíveis, cooperativas e, acima de tudo, conectadas com o Todo podem fazer.

Senta que lá vem a história

Vou contar agora um pouco de minha história nesse esquema de sabotagem e como isso afetou e continua afetando minha caminhada. 

Desde criança tenho as aptidões do lado direito do cérebro bem desenvolvidas. Tive a sorte de ser um aluno "razoável" o que me deu certa liberdade para também desenvolver o hemisfério direito, sem ter ninguém "enchendo o saco". No quesito educação escolar, meus pais nunca tiveram nenhuma preocupação comigo. Como "nasci" autodidata, nunca precisei de ajuda para estudar, fazer as tarefas e as provas. E como o desempenho escolar não era ruim, meus pais me deixaram bem livres pra estudar o que e como eu queria. Com essa liberdade eu gastava meu tempo livre desenhando, inventando estórias, ouvindo música e já escrevia alguma coisa. Então até a minha adolescência, mantive um equilíbrio entre os hemisférios.

O bicho começou a pegar na época do vestibular e no decorrer da faculdade. Como fiz ciências da computação, a dose de disciplinas de cálculo era cavalar e "direto na veia". Isso causou um certo desequilíbrio e o hemisfério esquerdo tomou de vez o controle. Apesar de minhas inclinações artísticas não terem cessado de vez nessa época. Mesmo passando muito tempo sem rabiscar um mísero "stickman", eu passei boa parte da faculdade literalmente tocando pagode, argh!!! 

Para quem já conhece esse blog sabe que aqui tratamos de assuntos, digamos, pouco ortodoxos. Esses assuntos sempre me fascinaram e muito do que sou hoje vem da minha curiosidade quanto ao oculto. E o que a "sabotagem esquerdista" tem a ver com isso? Tudo! Se você, como a esmagadora maioria da humanidade tem o hemisfério esquerdo dominante e o direito "sonolento", só de ouvir falar em oculto, transcendente, espiritual, já começa a sentir urticária. Isso se dá pela própria natureza do hemisfério esquerdo do cérebro. Este hemisfério é questionador, racional, lógico, linear, analítico, matemático... e tudo que foge a este domínio, ele tende a invalidar, ignorar, rechaçar, afastar. O domínio do hemisfério esquerdo é o palpável, provável, calculado, medido. Tudo que não se encaixa nestes parâmetros, ele é incapaz de compreender. 

É aí que está o motivo do sistema estimular o lado esquerdo a dominar a atividade humana, para que seu domínio seja tal, que as coisas compreendidas pelo hemisfério direito estejam inacessíveis ao homem. Nessa minha vida de eterna busca, sempre que tive ou tenho alguma experiência relacionada à intuição, espiritualidade e "afins", chego às vezes a duvidar do que está acontecendo por que o hemisfério esquerdo grita que é doidera da minha cabeça, que isso não existe e por aí vai. Isso te faz lembrar alguma coisa?

A sabotagem nos priva de entender toda a realidade

O domínio "esquerdista" nos priva de compreender outros aspectos essenciais da realidade como o conceito de outras dimensões, outras formas de manifestação da consciência, espiritualidade, Deus. As religiões deitam e rolam em nossa incapacidade de entender o Todo, o criador. Como não entendemos este lado da realidade, aceitamos qualquer besteira que nos dizem sobre isso. Ou, no outro extremo da balança, negamos sua existência e nos rendemos completamente ao materialismo e à ditadura esquerda. Quero deixar um recado pra você que continua achando que o que tô falando é besteira: Se a realidade é só aquilo que seus olhos e seu cérebro esquerdo podem compreender, então por que raios existe o hemisfério direito?

Então, o que fazer?

Se você chegou até aqui e aguentou ler os últimos parágrafos acima, significa que ainda há esperança, hehehe. Pode ser muito complicado querer entender tudo de uma vez, visto que o "músculo" que possui esta capacidade está "atrofiado". Então, como em todo exercício físico, se você quer que o músculo se desenvolva, você deve exercitá-lo. Para exercitar o lado direito do cérebro você deve começar por "fazer arte", literalmente. Escreva, pinte, desenhe, cante, toque um instrumento... são tarefas simples mas que estimulam o hemisfério direito, por mais incrível que isso pareça. Exercite sua intuição, tentando "adivinhar" as coisas e por aí vai. Seja sintético, resuma suas idéias. Assim esse órgão tão negligenciado pode começar a fazer aquilo para o que foi criado. E os resultados disso podem, por fim, te surpreender.

Um abraço.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Apenas humano



Ela apareceu despretensiosamente, sem notar que eu estava ali. Girou ao meu redor por tanto tempo que cheguei a me acostumar com sua presença, antes perturbadora. 

Quando achei que este era o fim da estória, me dera um simples sinal de que me notara. Fiquei intrigado, inicialmente, mas depois bastante empolgado. Retribuí com outro sinal também discreto. Então ela invadiu meu mundo como uma torrente repentina! Inundou tudo, revirou meu interior, sacudiu meu prumo.

Por um tempo fiquei atordoado, sem saber o que fazer. Ao mesmo tempo, estava embevecido naquela sensação de ser cortejado, admirado... ser interessante. Nestes idos anos já havia esquecido esse tipo de sentimento. Me acostumara com a monotonia de uma vida repetitiva e cinza que me fazia definhar pouco a pouco sem saber. Mergulhei de cabeça neste turbilhão a tempos esquecido e senti despertar algo a muito adormecido.

Com o tempo as coisas começaram a ficar empacadas e não progrediam. Eu que antes era cortejado, me via agora correndo atrás de algo que me fazia duvidar se algum dia fora... que para mim tornara-se um devaneio juvenil que me pegara desprevenido e me levara por caminhos de ilusão. E o que antes era gozo, agora era agonia. 

Amaldiçoei o dia em que recebi aquele sinal! Fiquei em um estado de melancolia também a muito esquecido mas que agora não me abandonava... Percebi que este é o resultado da tormenta, da enchente. Pode ser até bonito ver aquele rio invadindo suas ruas, mas no fim, o que sobra é destruição e lixo.

Então me dei conta de que aquilo foi necessário para me acordar da letargia cinza que me consumia. Agora estava doído, mas estava acordado! Atitudes que a princípio tinha tomado para agradá-la, para me fazer melhor a seus olhos, agora serviam para que eu fosse alguém melhor para mim mesmo! 

Hoje as coisas estão bem parecidas ao que eram inicialmente, ela gira no meu entorno, sem quase me notar. Nos cumprimentamos, às vezes, mas sem muito alarde de parte a parte. Estou buscando me acostumar novamente com sua presença e seguir adiante. Por fim agradeço agora o sinal recebido e a sacudida que se sucedeu a isso. Afinal de contas, ela, a paixão, serviu para que eu lembrasse que a vida não é só razão e que as emoções são parte de nosso ser.

Abraço a melancolia, a frustração e todas as emoções que decorrem do meu encontro com a paixão. Sinto-as e lembro que, apesar de possuir a centelha do criador, de ser Ele, em essência, sou apenas humano, no fim das contas.

Um abraço.